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Vaginose x candidíase: principais diferenças
Publicado em: 21/01/2025
Vaginose bacteriana x candidíase: entenda as principais diferenças
Quando falamos de infecções vaginais é muito comum confundir vaginose bacteriana e candidíase. Ambas têm origem no desequilíbrio do pH e flora vaginal, contudo, possuem causas e sintomas diferentes. Por consequência, os tratamentos também mudam. Isso sem falar que cada mulher reage de uma maneira, sendo assim, só mesmo um médico para dar o diagnóstico correto.
Pensando nisso, reunimos informações importantes sobre as duas doenças. Elas servem de guia para te ajudar a reconhecer os sinais típicos de que algo na saúde íntima feminina não vai bem. Lembrando que, na sua próxima ida ao ginecologista, não deixe de relatar todos os sintomas e tirar as principais dúvidas, pois nada substitui a consulta médica.
O que é vaginose bacteriana e o que é candidíase?
Enquanto a
vaginose é causada por bactérias, principalmente pela? Gardnerella vaginalis, a candidíase é uma infecção provocada por um fungo chamado?Candida albicans. Os dois quadros clínicos não são considerados Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), porém, podem ser transmistidos por meio de sexo sem camisinha.
De acordo com dados da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), 75% das mulheres terão
candidíase em algum momento da vida e, aproximadamente, metade delas serão reincidentes. Em relação à vaginose, estima-se que até 30% da população feminina possa desenvolver a infecção pelo menos uma vez.
Definição de vaginose bacteriana: causas e características
Com o crescimento excessivo de bactérias do tipo anaeróbicas, a vaginose se desenvolve e compromete o bem-estar e a qualidade de vida. A condição é mais frequente em mulheres na idade reprodutiva. Em geral, ocorre nas seguintes situações:
- Relações sexuais sem proteção;
- Produtos químicos para higiene íntima;
- Alterações hormonais;
- Uso de antibiótico.
Definição de candidíase: causas e característica
Já a candidíase é uma infecção fúngica que pode atingir homens e mulheres em diversas partes do corpo, tais como genitais, mamas, boca, pele e até órgãos internos. Se caracteriza pela multiplicação do fungo presente em pequena quantidade no organismo quando este, por sua vez, está com a imunidade baixa.
Por essa razão, é considerada multifatorial, mas com maior probabilidade em pessoas com o sistema imunológico comprometido. Dessa forma, tende a se manifestar nos casos a seguir:
- Aumento do nível de estrogênio por conta do uso de pílulas anticoncepcionais combinadas ou gravidez;
- Diabetes, lúpus, artrite reumatoide e outros distúrbios autoimunes;
- Estresse;
- Deficiência imunológica por doenças como AIDS e câncer
- Uso de antibióticos, anticoncepcionais, imunossupressores e corticoides;
- Contato com substâncias alergênicas (talcos, hidratantes, perfumes, sabonetes e desodorantes íntimos);
- Dieta rica em açúcar.
Sintomas de vaginose bacteriana e candidíase: como identificar?
Para saber se está com vaginose bacteriana ou candidíase é necessário prestar atenção em si mesmo e investir no autocuidado. Em paralelo, manter o check up sempre em dia, de preferência, com o ginecologista - médico especialista em ajudar a prevenir e tratar doenças que afetam a saúde da mulher.
Portanto, ao notar qualquer uma das alterações listadas abaixo, o ideal é procurar atendimento imediatamente.
Sintomas comuns da vaginose bacteriana
- Corrimento verde-amarelado ou acinzentado
- Mau cheiro semelhante ao de peixe podre;
- Ardência e queimação ao fazer xixi;
- Coceira vaginal.
Sintomas característicos da candidíase
- Corrimento branco e espesso;
- Sem cheiro;
- Vermelhidão
- Desconforto na relação sexual;
- Aftas e rachaduras no canto da boca;
- Lesões na pele em áreas de maior atrito, como as axilas e a parte interna das coxas.
Como diferenciar os sintomas das duas condições
À princípio, talvez a melhor maneira de diferenciar a vaginose bacteriana da candidíase se dê pelo fato da primeira estar associada ao odor forte e desagradável bem característico. No entanto, somente um ginecologista será capaz de dar o diagnóstico correto e prescrever o tratamento mais adequado.
Quais são as causas da vaginose bacteriana e da candidíase?
Além das causas citadas anteriormente, existe uma série de comportamentos que contribuem para o aparecimento da vaginose bacteriana e da candidíase. São eles:
- Maus hábitos de higienes;
- Relações sexuais sem proteção (camisinha);
- Ficar com a roupa molhada após entrar no mar ou praticar atividades físicas, por exemplo;
- Roupas muito apertadas e feitas de material sintético, impedindo a região de “respirar”;
- Obesidade, responsável por aumentar a temperatura corporal, a umidade e o atrito entre a pele.
Fatores que levam ao desenvolvimento da vaginose bacteriana
Agora, veja quais fatores levam ao desenvolvimento da vaginose bacteriana e que podem ser evitados a fim de prevenir o surgimento da doença.
- Atividade sexual frequente ou com múltiplos parceiros;
- Utilização de preservativos de forma incorreta ou inconsistente;
- Uso de DIU não hormonal;
- Tabagismo;
- Prática de duchas vaginais;
- Produtos inadequados para a região genital;
- Absorventes diários e internos.
O que causa a candidíase vaginal?
O fungo do gênero Candida existe em pequenas quantidades no organismo da mulher e costuma permanecer em equilíbrio com a flora vaginal. Mas, as situações relatadas aumentam o risco de candidíase vaginal.
Diagnóstico de vaginose bacteriana e candidíase
O diagnóstico de vaginose bacteriana e candidíase é feito por meio de avaliação clínica e exames laboratoriais. Ademais, o Papanicolau é um exame ginecológico preventivo que serve para detectar lesões e alterações no colo do útero. Ele é a principal forma de rastreamento do câncer de colo do útero e pode também identificar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e outras infecções.
Exames comuns para identificar a vaginose bacteriana
Os procedimentos comuns para identificar a vaginose bacteriana incluem:
- Exame ginecológico, que avalia o conteúdo vaginal;
- Exame preventivo de Papanicolau, que coleta células da vagina e do colo;
- pH e microscopia vaginal;
- Bacterioscopia;
- Cultura;
- Análise do pH;
- Painel molecular multiplex, que analisa múltiplas bactérias.
Exames necessários para diagnóstico de candidíase
Para diagnosticar candidíase, podem ser necessários os seguintes exames:
- Exame clínico ginecológico;
- Papanicolaou;
- Estudo microscópico a fresco com hidróxido de potássio a 10%;
- Técnica de coloração de Gram;
- Cultura para análise da secreção vaginal;
- pH vaginal;
- Painel T2Candida no sangue total.
Importância do diagnóstico médico e de exames específicos
O diagnóstico médico e os exames específicos são importantes para identificar e monitorar doenças, além de aumentar as chances de cura e tratamento. A conduta permite que o médico identifique os elementos que estão afetando a saúde do paciente, o que é fundamental para estabelecer a melhor conduta para restabelecê-la. Sem falar que ao manter um planejamento em relação às consultas médicas aumenta-se as chances de identificar fatores de riscos e reduzir complicações, garantindo uma rotina mais saudável e produtiva.
Tratamentos para vaginose bacteriana e candidíase
Felizmente, existem métodos de prevenção e tratamento disponíveis para a vaginose bacteriana e candidíase. É justamente sobre eles que falaremos adiante.
Opções de tratamento para a vaginose bacteriana
A vaginose bacteriana é tratada com antibióticos, como o metronidazol ou a clindamicina, que podem ser administrados por via oral ou vaginal.
- O metronidazol oral é a opção preferida para mulheres que não estão grávidas;
- O metronidazol gel vaginal pode ser aplicado uma vez ao dia, durante 5 dias;
- O creme vaginal de clindamicina pode ser aplicado uma vez ao dia, durante 7 dias;
- O secnidazol é outro antibiótico que pode ser usado, com a vantagem de ser necessário apenas uma dose.
Tratamento recomendado para candidíase
O tratamento da candidíase depende do tipo de infecção e da área afetada:
- Candidíase vaginal: tratada com medicamentos antifúngicos aplicados diretamente na área afetada, como pomadas de nistatina, miconazol, isoconazol ou fenticonazol. Também é possível usar óvulos com miconazol ou isoconazol. Outra opção é o fluconazol ou clotrimazol em comprimidos.
- Candidíase intestinal: o tratamento envolve uma dieta balanceada e antifúngicos prescritos por um médico. Os sintomas incluem distensão abdominal, gases e alterações do ritmo intestinal.
- Candidíase no esôfago: é feito com medicamentos antifúngicos orais, como fluconazol ou itraconazol.
- Candidíase disseminada pelo corpo: requer anidulafungina, caspofungina ou micafungina administradas por via intravenosa, ou com fluconazol.
Diferenças nos medicamentos e abordagens para cada infecção
Os medicamentos prescritos e as abordagens utilizadas vão depender do diagnóstico médico feito pelo ginecologista em consultório. Como podemos observar, cada infecção possui causas e sintomas distintos, sendo assim, também terão diferenças nos tratamentos.
Prevenção: como evitar vaginose bacteriana e candidíase?
A boa notícia é que pequenas atitudes podem diminuir consideravelmente os riscos e elas estão relacionadas especialmente a bons hábitos de higiene e estabilidade da imunidade.
- Reduzir o estresse;
- Manter uma dieta equilibrada;
- Beber água;
- Praticar exercícios físicos;
- Fazer a higiene íntima diariamente e com produtos adequados;
- Dormir bem e na quantidade de horas adequada;
- Usar camisinha;
- Fazer um check up pelo menos 1x por ano;
- Consultar o ginecologista periodicamente.
Hábitos que ajudam a prevenir a vaginose bacteriana
Nunca é demais lembrar que para preservar o equilíbrio da microbiota vaginal e evitar a vaginose bacteriana, é importante adotar alguns cuidados:
- Evitar o uso de duchas íntimas, absorventes diários, roupas íntimas apertadas e de material sintético, bem como perfumes, hidratantes e lenços umedecidos;
- Depois de ir ao banheiro, limpar-se de frente para trás para evitar que microrganismos do ânus cheguem à vagina;
- Utilizar sabonete próprio com pH adequado para a região genital ou versões líquidas e neutras;
- Sempre utilizar preservativos durante relações sexuais.
Dicas de prevenção para candidíase
No caso da candidíase, podemos incluir mais algumas dicas de prevenção: dormir sem calcinha e comer menos doces, uma vez que os alimentos ricos em açúcar alteram o pH vaginal. Para ajudar a curar a candidíase mais rápido, é recomendado consumir:
- Própolis, chá de erva ursina, hortelã ou camomila;
- Probióticos, como o iogurte e o kefir;
- Aumentar o consumo de gorduras saudáveis que podem ser encontradas no peixe e no óleo de coco;
- Incluir verduras e cereais integrais, que fortalecem o sistema imunológico e reduzem a inflamação, sendo útil tanto para tratar a candidíase e prevenir novas infecções.
Práticas para manter a saúde íntima e evitar infecções
Agora que você já sabe reconhecer as principais diferenças entre vaginose bacteriana e candidíase, que tal relembrar as práticas que ajudam a manter a saúde íntima e evitar infecções?
- Manter uma higiene íntima adequada com sabonete específico para a região vaginal;
- Evitar produtos perfumados, como lenços umedecidos ou papel higiênico perfumado, pois podem causar irritações;
- Trocar regularmente absorventes, a cada quatro ou seis horas;
- Usar roupas íntimas de algodão;
- Evitar duchas vaginais, pois alteram o pH e a flora vaginal;
- Secar o meato uretral após urinar;
- Não permanecer muitas horas com biquíni ou maiô molhado;
- Ter uma alimentação balanceada e rica em probióticos;
- Caprichar na hidratação;
- Consultar regularmente o ginecologista;
- Fazer exames ginecológicos de rotina;
- Usar preservativos em todas as relações sexuais para evitar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs, como AIDS).
Quando procurar ajuda médica?
Independentemente de qualquer coisa, nenhum conteúdo na internet, orientações de farmacêuticos e atendentes e, inclusive, conselhos de amigos e familiares substituem uma consulta médica. Dito isso, o ideal é recorrer a especialistas frente a qualquer alteração do organismo. Quem já tomou essa atitude e ainda mantém qualquer tipo de desconforto, deve retornar para ser reavaliado em caso de:
- Os sintomas persistirem por mais de 7 dias após o tratamento;
- Os sintomas retornam dentro de 2 meses;
- As infecções ocorrem com frequência, mais de duas vezes em seis meses;
- Não houve melhora após o tratamento.
Sinais de que a infecção pode estar se agravando
Entre os sinais que indicam o agravamento de uma infecção estão:
- Febre alta e persistente;
- Aumento da frequência cardíaca;
- Pressão baixa;
- Respiração rápida;
- Diminuição da produção de urina;
- Confusão mental e alteração no nível da consciência;
- Calafrios ou prostração;
- Sudorese (transpiração) intensa;
- Fraqueza súbita e tonturas;
- Falta de ar.
Como um plano de saúde pode te ajudar a ter uma boa saúde íntima
Ter uma infecção, seja ela fúngica ou bacteriana, como é o caso da candidíase e vaginose, respectivamente, é motivo de preocupação para qualquer um. Não por acaso, já que isso pode afetar, em primeiro lugar, a saúde, e, na sequência, trazer outros prejuízos relacionados ao trabalho, estudos e tarefas do dia a dia.
Partindo da premissa, nessas horas, ter um plano de saúde fará toda a diferença. Afinal, com ele será possível marcar consultas com rapidez e agilidade e fazer os exames necessários e, inclusive, participar de campanhas e ações exclusivas voltadas à prevenção e acompanhamento de uma série de doenças.
Na HapVida Notredame Intermédica, a ampla rede da operadora permite tudo isso e muito mais. Em se tratando da saúde da mulher, atuamos com foco em obstetrícia, neonatologia e inovação investindo em pesquisas clínicas e monitoramento de índices de qualidade para oferecer soluções e atendimento com segurança e eficiência.