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Síndrome de Burnout: conheça sobre esse mal
Publicado em: 06/06/2024
Brasil é o segundo país do mundo com mais casos de pessoas doentes em virtude do trabalho; conheça os sintomas que sinalizam o distúrbio
Em 2023, mais de 288 mil brasileiros receberam benefícios por incapacidade devido a transtornos mentais e comportamentais, segundo o
Ministério da Previdência Social. Os dados colocam o Brasil em segundo lugar no ranking mundial de casos de trabalhadores acometidos pelo esgotamento profissional, conhecido como Síndrome de Burnout. O Japão é o primeiro país da lista.
Será que você ou alguém próximo está passando por isso e não sabe? Veja a seguir algumas informações que podem ajudar a identificar a Síndrome de Burnout, seus sintomas e tratamentos.
O que é a Síndrome de Burnout
Desde 2022, a Síndrome de Burnout é uma doença reconhecida e classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os brasileiros que padecem deste mal, caracterizado pelo desequilíbrio emocional gerado por relações profissionais, representam 30% da população, segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).
Em suma, é uma desordem emocional causadora de exaustão extrema, estresse e cansaço físico resultante de circunstâncias profissionais desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. A principal causa é justamente o excesso de trabalho. Essa síndrome é comum em quem atua diariamente sob pressão constante, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros.
A importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional na prevenção da Síndrome de Burnout
Certamente, a Síndrome de Burnout é uma condição ocupacional que requer tratamento adequado. Porém, mais do que isso, é necessário pensar na prevenção, capaz de evitar que as pessoas cheguem a adoecer. Conforme
pesquisa da corretora de benefícios Pipo Saúde, há diferentes causas para que os colaboradores desenvolvam este distúrbio, que pode ser um resultado indesejado de diversos contextos dentro do universo corporativo.
Portanto, investir no equilíbrio entre vida pessoal e profissional é fundamental para ficar longe da Síndrome de Burnout. De acordo com o Ministério da Saúde, a melhor forma de fazer isso inclui estratégias que visam diminuir a sobrecarga de trabalho, bem como o comportamento adotado fora dele. Ou seja, no tempo livre. Certas condutas saudáveis são fundamentais para driblar o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratá-la logo no início.
- Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;
- Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;
- Faça programas que "fujam" à rotina diária, como passear com os filhos ou pets, comer em restaurantes ou ir ao cinema;
- Evite o contato com pessoas "negativas", especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros;
- Converse com alguém de confiança sobre o que se está sentindo;
- Faça atividades físicas regulares - academia, caminhada, corrida, bicicleta, natação etc;
- Evite consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas, pois elas só pioram a confusão mental;
- Não se automedique nem tome remédios sem prescrição médica.
Causas e sintomas da Síndrome de Burnout
Muito se falava, durante a pandemia, que o surto de Covid-19 pode ter trazido mais esclarecimentos à população sobre saúde mental, quando muitos precisaram enfrentar situações de vulnerabilidade e pedir ajuda. À época, diversas pesquisas também mostraram que as empresas elevaram os níveis de estresse dos colaboradores com mais cobranças, gerando também insegurança pelo aumento de demissões após o coronavírus.
Além disso, a modernidade trouxe consigo muitos avanços, que aumentaram a interminável lista de afazeres diários. A evolução tecnológica, o home office (quando mal aplicado) e os novos recursos tecnológicos fizeram com que as pessoas trabalhassem cada vez mais. Quem nunca se pegou respondendo um e-mail depois do expediente que atire a primeira pedra. Não por acaso, o termo “tóxico” passou a ser atribuído a ambientes corporativos graças a cobranças excessivas, prazos irrealistas, assédio moral, desvalorização e sobrecarga.
Nesta corrida sem linha de chegada, na qual os colaboradores buscam o reconhecimento profissional, no lugar de uma medalha surge uma escalada de consequências negativas que, se não tratadas, evoluem para o Burnout.
Como a Síndrome de Burnout afeta a saúde mental e física
Quem chega ao estágio da Burnout começa a apresentar problemas físicos e mentais, tais como dores musculares, insônia e disfunções alimentares. Você percebe o quanto é sério e pode colocar seu futuro em risco? A boa notícia é que o copo não costuma transbordar do dia para a noite. Sendo assim, vale a pena ficar de olhos bem abertos caso esteja percebendo um ou mais sinais listados abaixo.
Físicos:
- Alterações de apetite;
- Insônia;
- Fadiga;
- Pressão alta;
- Problemas gastrointestinais;
- Dores musculares;
- Dores de cabeça constantes.
Mentais:
- Dificuldades de concentração;
- Ansiedade;
- Irritabilidade;
- Alterações de humor repentinas;
- Sensação de fracasso;
- Insegurança;
- Negatividade;
- Apatia.
Diferenças entre a Síndrome de Burnout e o estresse comum
Embora muito parecido com a Burnout, o estresse comum não se restringe à esfera profissional apesar dela ser, muitas vezes, um dos agentes causadores. De modo geral, envolve uma série de respostas vividas no cotidiano da condição humana. Já no caso do transtorno, que pode começar por sucessivos dramas de ordem profissional, a estafa é total e requer diagnóstico médico realizado por um profissional especializado em saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.
Síndrome de Burnout e suas consequências para a produtividade e qualidade de vida
Aliás, foram justamente o psicólogo alemão, Herbert Freudenberger, e o psicanalista americano, Gail North, que uniram-se na missão de estudar a respeito da síndrome. Os dois estudiosos organizaram a tortuosa trilha que leva ao Burnout. Esse caminho passa por 12 estágios e não segue necessariamente uma ordem, bem como pode variar de intensidade a depender do organismo e contexto de cada um.
1. Necessidade de aprovação: é o momento em que o indivíduo quer mostrar seu valor como profissional, que sabe o que está fazendo e que é competente;
2. Dificuldade em se desligar do trabalho: a pessoa começa a alongar as horas do expediente, a trabalhar nos finais de semana e responder mensagens a qualquer hora;
3. Negação de necessidades pessoais: o trabalho vira o centro da vida do indivíduo. Ele começa a dormir menos, não ter horários para comer e negligência o lazer em detrimento das demandas de trabalho;
4. Distanciamento dos conflitos: os efeitos dos comportamentos começam a ser sentidos na rotina, mas o profissional passa a ignorá-los;
5. Reavaliação de valores: as prioridades começam a mudar. O trabalho parece ser a única coisa que importa;
6. Negação dos problemas: a pessoa age sem empatia e tolerância. Começa a culpar os outros e ser agressivo por ver que não trabalham como ele;
7. Afastamento da vida social: chega o desinteresse pela vida social. O trabalho é o foco, mas agora é uma parte automática da rotina. Nessa fase, pode surgir o uso de drogas e álcool para aliviar a tensão;
8. Mudança no comportamento: de forma brusca, a personalidade muda e isso passa a ser muito claro para quem está ao redor, na convivência diária;
9. Perda de personalidade: alcança um alto nível de negligência com suas necessidades, perde seus interesses e “não se reconhece mais”;
10. Vazio interior: incapacidade de enxergar sentido no dia a dia e experimentar um profundo vazio de emoções. Para compensar, pode desenvolver compulsões e abusar de substâncias;
11. Depressão: a desesperança, a melancolia, a exaustão e a incerteza evoluem;
12. Burnout: por fim, a pessoa entra em colapso físico e mental. Nesse momento, ela requer ajuda médica urgente.
Diagnóstico e tratamento da Síndrome de Burnout
Felizmente, a síndrome de Burnout tem cura e as formas de tratamento envolvem medicação e psicoterapia. Com o acompanhamento psicológico mais indicado para cada caso, o profissional é capaz de identificar a enfermidade e auxiliar o paciente a transformar o seu modo de lidar com os acontecimentos que possam engatilhar as crises.
Prevenção da Síndrome de Burnout no ambiente de trabalho
Ainda para reduzir o estresse no trabalho, o profissional pode tentar as dicas abaixo:
1. Realmente aproveitar a hora do almoço, sem trabalhar enquanto realiza as refeições;
2. Ouvir música para relaxar;
3. Exercitar técnicas de respiração;
4. Colocar metas reais e possíveis de serem cumpridas;
5. Estabelecer um horário fixo de entrada e saída;
6. Não levar trabalho para casa.
Vamos juntos encontrar um meio termo saudável e feliz entre produzir e descansar? Afinal, aprender a estabelecer limites é uma das etapas do autoconhecimento que leva à tão sonhada paz interior. E se você perceber que está fatigado e com as emoções abaladas, vale a pena buscar ajuda médica e evitar que esse problema se torne ainda maior. Conte com a Clinipam para o restabelecimento da sua saúde física e mental!
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