Dia Mundial do Diabetes: informar e desmistificar é preciso
Publicado em: 14/11/2023
Para evitar o surgimento de problemas que, sem atendimento médico especializado, resultam em diversas outras comorbidades, atualmente existem terapias e medicamentos, como a própria insulina, capazes de proporcionar uma rotina praticamente normal ao diabético. Ao longo deste post, reunimos esclarecimentos e dicas valiosas. Confira!
De acordo com o Ministério da Saúde, se não tratada, o diabetes provoca diversas complicações, como problemas neurológicos, na visão, rins, pés e pernas, além de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio. Diante disso, medir a glicemia, aplicar insulina, diminuir o consumo de doces e carboidratos e fazer exercícios físicos são ações que devem fazer parte do cotidiano de quem tem diabetes.
Fatores de risco para o diabetes
- Diagnóstico de pré-diabetes;
- Pressão alta;
- Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
- Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura - que nas mulheres deve ser inferior a 80 cm e nos homens a 102 cm;
- Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;
- Doenças renais crônicas;
- Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;
- Diabetes gestacional;
- Síndrome de ovários policísticos;
- Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos - esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
- Apneia do sono;
- Uso de medicamentos da classe dos glicocorticóides.
Tipos de diabetes
Embora todos tenham origem no pâncreas, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) ressalta que existem mais de um tipo de diabetes. Saiba mais sobre cada um deles a seguir.
Diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1, que concentra entre 5% e 10% do total de casos, aparece geralmente na infância, adolescência e início da fase adulta. Em resumo, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue ao invés de ser usada como energia. Para controlar a situação, é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas.
Sintomas do diabetes tipo 1:
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
- Perda de peso;
- Fraqueza;
- Fadiga;
- Mudanças de humor;
- Náusea e vômito.
Tratamento do diabetes tipo 1:
- Injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores considerados normais;
- Para essa medição, é aconselhável ter em casa um aparelho chamado glicosímetro, que será capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue;
- Insulinoterapia, que consiste na administração de insulina por via subcutânea (por baixo da pele);
- Não existem comprimidos de insulina, uma vez que os ácidos do estômago a destroem evitando a absorção.
Diabetes tipo 2
Já o diabetes tipo 2, presente em 90% dos diagnósticos, aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina ou não produz o suficiente para controlar a taxa de glicemia. O que chama atenção é o fato dessa variação apresentar uma característica peculiar: ela costuma ser assintomática e as manifestações ocorrem por volta dos 40 anos.
Além disso, possui evolução lenta dos sintomas e possibilidade de complicações tardias, tais como renais, oftalmológicas e neuropáticas. Ocorre principalmente em quem está com excesso de peso, mantém comportamento sedentário e hábitos alimentares não saudáveis, bem como possui histórico familiar.
Sintomas do diabetes tipo 2:
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Formigamento nos pés e mãos;
- Vontade de urinar diversas vezes;
- Infecções frequentes na bexiga, rins e pele;
- Feridas que demoram para cicatrizar;
- Visão embaçada.
- Tratamento do diabetes tipo 2:
- Inibidores da alfaglicosidase: impedem a digestão e absorção de carboidratos no intestino;
- Sulfonilureias: estimulam a produção pancreática de insulina pelas células;
- Glinidas: agem estimulando a produção de insulina pelo pâncreas.
Diabetes gestacional
Durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do feto, a mulher passa por mudanças em seu equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O pâncreas, por sua vez, aumenta a produção para compensar este quadro.
Em algumas mulheres, o processo não ocorre e elas desenvolvem o diabetes gestacional que, nem sempre, dá sinais. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem, a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), como está a glicose em jejum e, em seguida, a glicemia após estímulo - o chamado teste oral de tolerância à glicose.
Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose no ambiente intrauterino, há maior risco de crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até obesidade e diabetes anos mais tarde.
Principais fatores de risco do diabetes gestacional:
- Idade materna mais avançada;
- Ganho de peso excessivo durante a gestação;
- Sobrepeso ou obesidade;
- Síndrome dos ovários policísticos;
- História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional;
- História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos);
- História de diabetes gestacional na mãe da gestante;
- Hipertensão arterial na gestação;
- Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).
Pré-diabetes
De acordo com a SBD, a maioria das pessoas não sabe o que é pré-diabetes. Uma pesquisa feita pela entidade, em parceria com o laboratório farmacêutico Abbott, aponta que apenas 30% dos diabéticos tinham conhecimento sobre essa condição. Seja como for, o termo é utilizado quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos que o normal, mas não o suficiente para ser diagnosticado como diabetes. Ademais, é crucial destacar que 50% dos pacientes nesse estágio “pré” vão desenvolver a doença.
Para os médicos, quem se encontra nessa etapa está diante de uma oportunidade única pelo fato de poder ser revertida. Já imaginou se o corpo humano contasse com um sistema de alarme que dispara quando o risco de desenvolver uma doença aumenta? Não seria uma chance de mudar os planos? Pois é exatamente o que o pré-diabetes faz, ele é o alerta de que as coisas precisam mudar antes do surgimento de problemas mais graves. Para se ter uma ideia da relevância, é o único momento que permite retardar a evolução para o diabetes e suas complicações.
Assim como o diabetes tipo 2, o pré-diabetes costuma chegar à vida sem que se perceba. Ter consciência dos riscos e buscar o diagnóstico é importante, especialmente se o pré-diabetes for parte do que nós chamamos de ‘síndrome metabólica’.
Principais fatores de risco do pré-diabetes:
- Pressão alta;
- Alto nível de LDL (“mau” colesterol) e triglicérides;
- Baixo nível de HDL (“bom” colesterol);
- Sobrepeso, principalmente se a gordura se concentrar em torno da cintura.
- Sintomas do pré-diabetes:
- Fome frequente;
- Sede intensa;
- Desânimo;
- Fraqueza;
- Sonolência;
- Tontura;
- Perda de peso;
- Urina em excesso;
- Dificuldade na cicatrização de feridas;
- Infecções frequentes.
Como prevenir o diabetes
A educação sobre o diabetes é uma ferramenta indispensável tanto para prevenir como para o controle da doença. Tirando o tipo 1, para o qual ainda não há evidências científicas comprovadas acerca da prevenção, as demais apresentações são evitáveis. Independentemente de qualquer coisa, sempre é uma boa hora para rever o estilo de vida e mudar hábitos, começando por eliminar os fatores de risco, como sobrepeso, sedentarismo, tabagismo e alcoolismo.
Todos sabemos que uma alimentação saudável e balanceada (rica em frutas, verduras e legumes) e a prática de atividades físicas devem ser uma prioridade. Entretanto, a mentalidade voltada à prevenção também está ligada a um processo multidisciplinar que envolve o engajamento de diversos especialistas, tais como clínico geral, endocrinologista, nutricionista, entre outros. Algo que não se faz em uma consulta, mas sim ao longo de um trabalho constante de conscientização e acompanhamento.
A realização de exames periódicos também é fundamental para um tratamento mais eficaz e preciso. Isto porque, como dito anteriormente, caso haja o diagnóstico na fase de pré-diabetes - quando o nível de glicemia está alto, mas não o bastante para ser considerado diabetes - existem tratamentos que impedem a doença de aparecer.
O diabético pode ou não comer doces?
Seria esta a pergunta de milhões? Absolutamente, não. Como já dissemos, não passa de um mito dizer que comer doces causa diabetes. Por outro lado, é muito comum encontrar quem acredita na prevenção e no tratamento da doença baseado apenas em cortar os doces e alimentos açucarados da dieta. Certamente, é preciso fazer algumas adaptações na alimentação, mas isso por si só não é uma condição. No dia a dia, a recomendação é que o diabético coma com moderação para manter o controle sobre a doença.
A bem da verdade, aqui vale a máxima: tudo em exagero faz mal. Portanto, passar anos sobrecarregando o pâncreas com o consumo excessivo de açúcar baixa a produção de insulina ou desenvolve resistência a ela, sobretudo em quem tem propensão genética. Mas, com consciência, nada é proibido. Aliás, no tratamento de doenças, a inclusão, a exclusão e a restrição de alimentos deve ser orientada por um nutricionista que irá avaliar caso a caso.
Não deixe para amanhã o cuidado com seu bem mais precioso: a saúde. Sem ela, não conseguimos fazer nada e ficamos à deriva. Mesmo que a agenda esteja cheia, vale a pena reservar um tempo para aquela ida ao consultório do seu médico de família. Seja para fazer um check up ou alguma queixa, ele é o profissional perfeito para orientar sobre a prevenção do diabetes e outras doenças. Caso o diagnóstico venha, não há motivo para se desesperar: nada que uma ótima equipe multidisciplinar, como a que compõe o rol da Clinipam, não supere junto com você. Saiba mais sobre nossos planos acessando aqui.