Como evitar a Síndrome de Burnout?
Publicado em: 21/09/2020
Transtorno se caracteriza pela carga de estresse no trabalho e home office pode potencializar sensação de esgotamento
Durante o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio, é importante falar também dos desequilíbrios emocionais que podem evoluir para quadros de psicopatologias. E em tempos de pandemia, as mudanças repentinas como o trabalho remoto podem causar a Síndrome de Burnout devido à sobrecarga de ajustar os compromissos profissionais, os cuidados com os filhos e os trabalhos domésticos. Adaptações foram necessárias em vários lares e a preocupação em continuar produtivo fora do escritório é mais um fator que desencadeia estresse e ansiedade.
Isabela G. Escorsim, da Unidade de Psicologia da Clinipam, uma empresa do Grupo NotreDame Intermédica, explica que a Síndrome de Burnout se caracteriza por uma carga de estresse exacerbada causada pelas profissões que atuam com nível alto de responsabilidade, pressão e/ ou envolvimento interpessoal. Esse transtorno gera um estado de tensão emocional no indivíduo provocada por essas condições de trabalho.
Pesquisas indicam que o home office pode estimular o esgotamento, ou seja, aquela sensação de que não temos energia para nada. Um dos fatores desencadeadores dessa síndrome é que nos sentimos culpados por estar em casa: queremos provar que continuamos produtivos e que nada mudou com a nova rotina. “Essa pressão, de buscarmos ser exatamente o mesmo profissional, nestas condições de isolamento e pandemia, podem nos deixar emocionalmente esgotados, nutrindo sentimentos de desânimo e fracasso. Em primeiro lugar, precisamos entender que não somos iguais a antes e devemos diminuir a sensação de culpa. Todos fomos pegos de surpresa pela Covid-19 e colocar mais tensão em nossa rotina não é a solução viável”, diz Isabela.
Confira a dica dos especialistas da Clinipam para evitar a Síndrome de Burnout:
- Livre-se da culpa por estar em casa: acolha-se e não exija de você mais produtividade pelo simples fato de estar em trabalho remoto.
- Aprenda a separar o trabalho e a vida pessoal: para que essas fronteiras fiquem bem delimitadas, a melhor alternativa é adotar uma rotina. Tire o pijama; organize-se para praticar uma atividade física mesmo em casa; pare para fazer refeições e não caia na armadilha de comer em frente ao computador; estipule horários para ficar com os filhos e também para os afazeres da casa. Aprenda a delegar e peça ajuda para todos os integrantes da família para manter a ordem no ambiente doméstico. O saldo será positivo: as crianças podem aprender a cozinhar mais cedo e irão valorizar todo o trabalho realizado por seus pais, crescendo mais maduros e preparados para o futuro. O espírito de solidariedade começa dentro de casa e irá promover a união familiar. São essas as lembranças boas que ficaram do isolamento.
- Priorize as tarefas mais importantes: comece o dia fazendo os trabalhos importantes, que exigem mais atenção e que têm prazo. Se no escritório é fácil se perder e fazer várias coisas ao mesmo tempo, em casa isso tende a piorar. Às vezes, é melhor se comunicar com sua equipe e explicar que vai ficar um tempo offline para concluir aquilo que é importante. Responder e-mails e mensagens de whatsapp instantaneamente é uma forma equivocada de mostrar que é produtivo. Concluir os trabalhos que são prioridade é mais importante do que ser multitarefas. Cabe lembrar aqui que é necessário estipular um horário para encerrar o expediente. Os colaboradores que sentem a obrigação de estarem ligados o tempo todo e responder e-mails e whatsapp fora do horário comercial tendem a sentirem o esgotamento mais facilmente. A alocação em home office, devido a pandemia, não significa que seu dever é trabalhar 24 horas por dia.