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O que fazer ao sofrer Picada de Cobra

Publicado em: 20/09/2024 O que fazer ao sofrer Picada de Cobra

Os acidentes ofídicos tendem a aumentar no verão e prevenir continua sendo o melhor remédio

Você já sofreu um acidente ofídico? Ou melhor, sabe o que isso significa?
Pouca gente tem conhecimento, mas o termo é utilizado para descrever quadros clínicos decorrentes da mordida de serpentes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o envenenamento por picada de cobra coloca em risco a saúde e a vida de 5,8 milhões de pessoas, acomete quase 3 milhões e mata pelo menos 138 mil no mundo anualmente. A cada hora, são aproximadamente 15 vítimas.

Não por acaso, desde 2017, o ofidismo entrou na lista das 20 doenças tropicais negligenciadas (DTNs) com direito ao Dia Internacional de Atenção aos Acidentes Ofídicos, celebrado em 19 de setembro.

Para quem pensa que todos esses casos estão distantes da vida urbana, ledo engano. De uns anos para cá, é cada vez mais comum que ocorram acidentes ofídicos próximo de grandes metrópoles ou até mesmo nelas.

Por muito tempo, realmente os grupos de maior risco foram os trabalhadores rurais e povos indígenas, porém essa realidade tem mudado devido a uma série de fatores. Entre eles, o desmatamento e demais desastres ambientais, a exemplo das enchentes no Rio Grande do Sul. Em meio aos esforços de recuperação das cidades atingidas, um amontoado de entulho e sujeira nas ruas acaba por elevar a quantidade de ratos que, por sua vez, atraem as cobras que se alimentam deles.

No Paraná, um estudo da Universidade Estadual de Londrina (UEL) identificou os locais de maior incidência das serpentes venenosas no estado: Guarapuava, Guaraqueçaba e Morretes lideram a lista. Além disso, nas comunidades mais pobres, onde não há coleta de lixo e saneamento básico, a questão costuma ser mais problemática.
Seja como for, a presença de animais peçonhentos entre nós representa um problema de saúde pública que requer políticas sólidas para seu enfrentamento.

Com o verão se aproximando, estação na qual os acidentes ofídicos aumentam, confira algumas informações importantes para aderir a causa e se proteger.

O que são acidentes ofídicos


Os acidentes ofídicos são resultado das picadas de cobras com ou sem envenenamento. Ou seja, peçonhentas ou não. De fato, todas possuem glândulas que produzem veneno, contudo, nem todas têm o mecanismo (dentes especiais ou ferrão) para injetá-lo. No Brasil, os acidentes são causados, em sua maioria, por quatro grupos de serpentes: jararaca, coral, cascavel e surucucu.
Por isso, esteja sempre pronto para assistência médica imediata e de qualidade com plano de saúde Hapvida NotreDame Intermédica. Faça sua cotação já.

Confira mais informações sobre cada um deles abaixo:


1. Jararaca: presente em todos os biomas brasileiros, as jararacas são responsáveis por cerca de 80% dos acidentes e contém pouco mais de 37 espécies de cobras;
2. Cascavel: este grupo ocorre em biomas de Cerrado e Caatinga, além de algumas manchas de Cerrado na Amazônia. São serpentes de áreas abertas e respondem por 10% dos acidentes;
3. Surucucu: distribuído na Amazônia brasileira e na Mata Atlântica, o grupo inclui a maior serpente peçonhenta das Américas e está associado a 1,5% dos acidentes ofídicos;
4. Coral-verdadeira: as 38 espécies deste tipo também ocorrem por todo o território, no entanto, a frequência de “ataques” é muito menor, correspondendo a 0,1% dos acidentes, em média.

O que fazer se eu for picado por cobra


Fui picado por uma cobra. E agora? Em primeiro lugar, tente manter a calma, pois só assim poderá tomar as decisões corretas. Ao contrário do que se ouve dizer, fazer um torniquete (garrote) é totalmente contraindicado, já que a ação tende a piorar a circulação sanguínea aumentando a chance de necrose e amputação de membros.
O mesmo vale para crenças populares e pseudos tratamentos alternativos erroneamente chamadas de orientações, tais como cortar a pele ou fazer sucção para tentar extrair o veneno; ingerir bebidas alcoólicas na tentativa de neutralizar o efeito; aplicar pó de café e outras substâncias capazes de provocar infecções secundárias.
Finalmente, por mais óbvio que seja, não tente capturar o animal. No máximo, tire uma foto ou, se não estiver sozinho, peça para alguém fotografar. Na ausência do registro, o diagnóstico será feito a partir dos sintomas e das características da picada. Imediatamente após constatar a mordedura, o ideal é seguir os primeiros-socorros abaixo:
- Lavar o local da picada com água e sabão
- Ir a um hospital, Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) ou Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima
- Manter a parte afetada (braço ou perna) em posição mais elevada que o restante do corpo
- Se possível, e em segurança, levar uma foto do animal para identificação

Potenciais riscos


A picada de cobra é muito dolorosa e, caso a serpente seja venenosa, a preocupação aumenta: além de dor e inchaço no local, são comuns sangramentos em outras partes do corpo, dores musculares, insuficiência renal e alguns sintomas neurológicos, como visão dupla e pálpebras caídas. Vale lembrar que cada gênero pode apresentar um ou mais sinais simultâneos. Sem atendimento, há risco de hemorragia grave que se não for contida a tempo pode ser fatal.
Conforme balanços recentes do Instituto Butantan, o Brasil possui 435 espécies de serpentes, das quais aproximadamente 15% são peçonhentas. Essas 65 espécies venenosas respondem pela média de 30 mil acidentes ofídicos anuais e 150 óbitos. Ainda segundo a OMS, para cada vítima que morre após uma picada de cobra, outras quatro ou cinco apresentam incapacidades como mobilidade restrita ou amputação, bem como transtorno de estresse pós-traumático.

Quais as principais formas de prevenção de acidentes ofídicos


- Usar calçados fechados e de cano alto ao andar ou trabalhar em área rural e ao realizar atividades relacionadas à jardinagem;
- Usar luvas grossas ao manipular folhas secas, palhas, lenhas, etc.;
- Não colocar as mãos em buracos ou em ocos de árvores sem proteção;
- Evitar o acúmulo de entulhos, tijolos, telhas, pedras, madeiras e sobras de obras;
- Fechar frestas de portas e buracos de muros;
- Não deixar mato alto ao redor das residências
- Evitar plantas trepadeiras e bananeiras junto às casas;
- Manter a grama sempre cortada;
- Limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.

Tratamento mais eficaz para acidentes ofídicos


A boa notícia é que existe um tratamento altamente eficaz para o envenenamento por picada de cobra, o soro antiofídico. A depender da espécie, o profissional habilitado em hospitais e unidades de saúde fará a aplicação.
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