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Oferecer amor é o que move Elis, a assistente social do Programa Acolher
Publicado em: 23/04/2020

O verbo acolher é um dos mais generosos da nossa língua porque está relacionado ao ato de dar suporte; consolar; oferecer colo ou um abraço para quem está precisando de apoio em determinado momento de sua vida. O acolhimento já foi até objeto da poesia de Hildebrando de Menezes, que diz: “Tocar em gente./ Olhar o poente./ Cheirar o cangote./ Dar seu suporte./ Consolar o doente./ Respeitar o diferente./ Entender a morte./ Contar com a sorte”.
E quando conhecemos um pouco a história de Elisangela Hahn dos Santos, assistente social do Programa Acolher, é inevitável fazer uma relação entre a literatura e a vida dela. As palavras do poeta parecem imitar o dia a dia da colaboradora da Clinipam, que desempenha um papel nobre: dar amparo aos beneficiários em momentos que estão vulneráveis. É ela, junto com a equipe do Acolher, quem acompanha os pacientes vindos de Santa Catarina para realizar tratamento na capital paranaense ou para dar um pouco de conforto para os clientes e seus familiares em casos de internamentos nos hospitais da rede própria.
Para ela, sua atuação na Clinipam faz a diferença. A profissional já coleciona uma série de histórias recheadas de emoção em seu currículo. “É gratificante. Um dos primeiros casos que atendi, marcou a minha carreira. Recebemos um paciente com um quadro bastante complexo. Cardíaco, ele precisou fazer uma cirurgia. E graças a nossa agilidade, inclusive nas questões burocráticas, o procedimento foi realizado com muita rapidez. O paciente passou apenas um período curto hospitalizado e, quando chegou em casa, mandou uma foto com o filho de dois anos no colo, com uma mensagem de agradecimento. Aquela imagem só foi possível graças a agilidade da nossa equipe, desde a liberação do procedimento, passando pelo deslocamento e rapidez para fazer a cirurgia. Muitas vezes, não temos a noção de como a realização do nosso trabalho traz desdobramentos para a vida das pessoas. Já perdi as contas de quantos pacientes e familiares ajudei desde que ingressei no Programa Acolher. Damos a eles aconchego e carinho. Não é um contato impessoal, feito pelo telefone. Estamos ali presentes fisicamente, sabemos os nomes das pessoas e conhecemos as suas histórias”, diz.
Quando Elisangela - conhecida pelos colegas de trabalho como Elis - ingressou na Clinipam, em 2012, aos 17 anos, não imaginava que aquela oportunidade lhe traria tanto crescimento pessoal e profissional. Tão pouco, acreditava que poderia exercer na operadora um cargo condizente com sua formação na área de assistente social. “Ser assistente social na Clinipam, com certeza é um grande desafio, buscar garantir direitos, ter um olhar humano para a pessoa, tentando garantir, no dia a dia, o bem-estar dos beneficiários, por meio do nosso trabalho”, afirma.
Isso porque foi contratada como auxiliar administrativa na auditoria médica. Ficou naquele setor até 2018 e lá galgou novos cargos: se tornou assistente, analista e depois supervisora e quando o Programa Acolher teve início, agarrou essa oportunidade com as duas mãos. “Eu estava quase me formando como assistente social e todas as experiências acumuladas nas demandas e aprendizados sobre liberações e a vida da operadora na auditoria médica me ajudaram muito na nova função. Era um setor muito técnico e, apesar de não ter acesso ao público, ajudava muito os beneficiários, porque cuidava dos processos de liberação de exames e cirurgias. O trabalho tinha um impacto para o cliente, mesmo sem ele me ver. Lá, já exercia a empatia e tentava dar o meu melhor, me colocando no lugar da pessoa que estava aguardando por um procedimento. Isso era o mais legal”, relata.
Agora, Elis tem a oportunidade de olhar nos olhos e segurar nas mãos dos beneficiários e oferecer, na prática, todo esse acolhimento. O melhor de tudo, na profissão que escolheu, é sentir na pele todos os sentimentos expressos na poesia de Hildebrando de Menezes que fala sobre o ato de oferecer abrigo: “Não perder o Norte./ Ser sempre amigo./ Adormecer pequeno./ Acordar um gigante.”