Home > Notícias > Por que o oxímetro é fundamental no tratamento da Covid-19?
Por que o oxímetro é fundamental no tratamento da Covid-19?
Publicado em: 19/01/2021
Para aferição correta da oxigenação, em casa, recomenda-se retirar esmalte, cortar as unhas e manter as mãos aquecidas
A Covid-19 apresentou para a população medicamentos e equipamentos médicos sobre os quais pouco se ouvia falar. O oxímetro, antes no radar apenas dos pacientes cardíacos, por exemplo, ganhou as manchetes de jornais. O aparelho bombou no comércio digital, que registrou alta nos preços, seguindo a Lei da Oferta e da Demanda.
No Google Trends, ferramenta que avalia a popularidade das buscas feitas pelos internautas, nunca a palavra oxímetro foi tão solicitada quanto em março de 2020. Entre 31 de março e 27 de abril do ano passado, houve um aumento de 9.900% – quase 200 vezes mais – nas pesquisas por oxímetro.
E você? Sabe por que esse aparelho é tão importante quando o assunto é a Covid-19? Gustavo Jurca da Silva, médico que integra a equipe de Clínica Médica do Hospital Ônix, que presta atendimento exclusivo para pacientes da Clinipam GNDI, explica que o oxímetro é um aparelho que mede a saturação de oxigênio no sangue dos pacientes. “Por meio da vascularização, ou seja, os vasos presentes em nossos dedos, consegue mensurar a porcentagem de sangue oxigenado. Idealmente a saturação de oxigênio em nosso sangue deve ser maior do que 95%”, destaca Gustavo da Silva.
Ele acrescenta que a queda de oxigenação sanguínea (saturação) é conhecida como hipoxemia. “Em nosso sangue temos uma concentração de oxigênio que é captada pelos nossos pulmões e distribuída por todo o nosso organismo pelos nossos vasos. Quando os nossos pulmões são afetados por alguma doença, como a Covid-19, a capacidade de absorver o oxigênio é comprometida e, consequentemente, ocorre uma queda da oxigenação do sangue, resultando em hipoxemia. Quanto maior for o comprometimento pulmonar maior será a hipoxemia do paciente”, destaca o especialista.
O sinal de alerta para pacientes com Covid-19, segundo Gustavo da Silva, é a queda da saturação para valores menores de 94%. Após um acometimento pulmonar comprovado em casos moderados e graves a meta da oxigenação é maior do que 90%.
Oxímetro mostra quando o paciente deve buscar ajuda médica
Um dos perigos de letalidade da Covid-19 é a hipoxemia silenciosa, que leva ao diagnóstico tardio de um caso classificado como moderado ou grave. A avaliação do quadro de saúde de um paciente infectado pelo Coronavírus depende do grau de acometimento pulmonar. Quando há a queda da oxigenação, esse processo ocorre de maneira gradual, ao longo da evolução da doença. Nessa situação, a percepção do paciente de que há algo errado com sua capacidade pulmonar pode ser tardia e confundida com outros sintomas da doença - febre, fadiga, mialgia.
Por isso, o oxímetro é um aparelho decisivo no tratamento da Covid-19. “O equipamento facilita o diagnóstico dessa hipoxemia silenciosa, que é a saturação de oxigênio menor de 95% ao repouso, e fará com que o paciente busque atendimento médico no momento necessário. Essa recomendação é endossada pela Sociedade Brasileira de Infectologia e outras instituições de saúde. O oxímetro de dedo é amplamente disponível, tem um preço acessível e sua interpretação é simples, o que facilita o seu uso no dia a dia da pandemia”, completa Gustavo da Silva.
Como usar o oxímetro corretamente
Algumas situações podem interferir na aferição da saturação de oxigênio quando o oxímetro é utilizado. Gustavo da Silva aponta quais fatores podem influenciar na medição:
- Unhas pintadas: interferem na aferição do aparelho, podendo apresentar valores menores do que de fato estão. Até mesmo cores claras podem influenciar.
- Unhas compridas: interferem no correto posicionamento do dedo dentro do aparelho o que, também, contribuem para possíveis erros de aferição.
- Mãos geladas: quando nossos dedos e mãos estão gelados, consequentemente a vascularização (chegada de sangue nos dedos) está diminuída. Isso gera valores de saturação de oxigênio consequentemente menores e, talvez, não condizentes com a realidade.
Portanto, fica a dica: se o paciente está com o diagnóstico de Covid-19 e optou por aferir em casa a sua saturação de oxigênio por meio do oxímetro de dedo, ele deve se precaver com retirada do esmalte, cortar as unhas e manter as mãos aquecidas.