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Como prevenir hepatites virais?
Publicado em: 20/07/2021
As inflamações no fígado são designadas como hepatites e têm origens diversas, como uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, doenças autoimunes, causas metabólicas ou genéticas e podem ser causadas ainda por vírus. E as hepatites virais são lembradas durante o Julho Amarelo, que tem como objetivo reforçar a orientação da população sobre cuidados básicos que podem preveni-las.
Nem sempre os sintomas se manifestam precocemente nas hepatites virais. Quando aparecem são em forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos e dor abdominal, que são indícios clássicos das infecções. O diagnóstico é facilitado quando a pele e olhos ficam amarelados (icterícia).
O curioso sobre essas doenças é que as hepatites A, B e C são provocados por vírus diferentes. Todas elas, no entanto, têm uma característica em comum: agridem as células do fígado e provocam a inflamação.
Hepatite A
O vírus da hepatite A está presente nas fezes de pessoas doentes e a contaminação pode ser direta ou por meio de objetos, água ou alimentos que carreguem o vírus. Uma minoria dos casos evolui para quadros graves, que levam à necessidade do transplante de fígado. Em situações mais raras, quando há necrose das células do órgão, a enfermidade pode ser fatal.
A vacina para a Hepatite A é intramuscular e pode ser ministrada após 1 ano de idade, em duas doses. Em 2017, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) alterou a faixa etária do esquema de dose única da vacina para crianças entre 15 meses e antes de completar 5 anos de idade. Adultos saudáveis estão fora do calendário do SUS, mas podem se vacinar na rede privada.
Hepatite B
Nas hepatites B e C, o vírus pode permanecer no organismo por longos períodos. A hepatite B é transmitida pelo vírus VHB, presente no sangue, na saliva, no sêmen e nas secreções vaginais das pessoas contaminadas. Além de ser uma infecção sexualmente transmissível (IST), pode ser transmitida de mãe para filho (na gravidez, durante e após o parto), durante a utilização de drogas injetáveis (compartilhamento de seringas) e por meio de pequenos ferimentos na mucosa e na pele.
Quem se contamina pelo vírus VHB pode desenvolver hepatite aguda, hepatite crônica (ou ambas) e hepatite fulminante (é uma variação rara, que pode ser fatal). Exames de sangue identificam a doença no organismo e os sintomas são os mesmos da hepatite A, quando na forma aguda.
A boa notícia é que também há vacina para a Hepatite B. O PNI preconiza a imunização universal das crianças contra
Hepatite B nas unidades neonatais e vacinação de resgate nos adultos não imunizados.
Hepatite C
Causada pelo vírus VHC, a Hepatite C é transmitida por sangue contaminado em compartilhamento de seringas, agulhas ou de instrumentos de manicure, pedicure, tatuagem e colocação de piercing. Também é uma IST e os bebês podem ser contaminados pela mãe por via perinatal. Por evoluir lentamente, o diagnóstico pode ser tardio e os portadores do vírus VHC podem desenvolver uma forma crônica da doença, que leva a lesões graves no fígado, como cirrose e hepatocarcinoma (câncer do fígado).
A hepatite C pode ser curada com a prescrição de medicamentos. Quando isso não é possível, o foco do tratamento é conter a progressão da doença e evitar as complicações como a diabete mellitus, a tireoidite e a cirrose.
Não possui vacina como as formas A e B, citadas acima.
Como prevenir as hepatites virais?
- Higienizar corretamente os alimentos com água clorada por 10 minutos;
- Beber somente água potável;
- Manter bons hábitos de higiene;
- Usar preservativo nas relações sexuais;
- Não compartilhar seringas e objetos pessoais (escova de dente, lâminas de barbear, alicates, lixas, espátulas);
- Consumir álcool moderadamente (o excesso pode aumentar o risco de desenvolver as complicações da doença);
- Antes de engravidar, as mulheres devem fazer o teste para saber se são portadoras dos vírus das hepatites B e C;
- Tomar as vacinas para Hepatite A e B, conforme orientação do Ministério da Saúde.