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Doença de Crohn: Saiba mais e conheça os sintomas
Publicado em: 29/05/2024
Doença de Crohn: conheça os sintomas e tratamentos disponíveis
A inflamação no sistema gastrointestinal pode ser confundida com outros problemas de saúde e buscar informações é o primeiro passo para chegar ao diagnóstico correto
Saber mais sobre a doença de Crohn é uma das formas mais eficazes de se chegar ao diagnóstico correto, realizar o tratamento adequado e, por consequência, levar uma vida plena e, sobretudo, produtiva. Ao buscar ajuda tão logo apareçam os primeiros desconfortos gastrointestinais, o paciente tende a não confundir com outros problemas de saúde e consegue evitar sofrimento.
Não raro, a inflamação apresenta sintomas relativamente comuns, por vezes negligenciados na correria do dia a dia. Em alguns casos, a pessoa passa muitos anos assintomática até que ocorra a primeira crise. Por ser autoimune, ou seja, uma desregulação provocada pelas defesas do próprio organismo, nem sempre os hábitos são responsáveis, o que pode confundir ainda mais. Seja como for, uma coisa é certa: apesar de não ter cura, o controle rigoroso apresenta ótimos prognósticos.
Portanto, assim como a maioria da população, é absolutamente normal ter muitas dúvidas em relação à enfermidade. Para não ser pego de surpresa, descubra a seguir quais são as principais manifestações da doença, suas implicações e tratamentos. Agora, se você acabou de ouvir do médico que você tem Doença de Crohn, saiba que é perfeitamente possível lidar e conviver bem com ela.
O que é doença de Crohn
Pouco falada, a doença de Crohn é crônica e deve ser tratada para não se transformar em algo mais grave no futuro. Afinal, afeta nada menos que os intestinos delgado e grosso, bem como qualquer parte de todo o sistema gastrointestinal - que vai da boca ao ânus. Em outras palavras, atinge parte da estrutura fundamental do corpo humano, mais precisamente o funcionamento do processo digestivo.
Recebeu este nome em homenagem ao doutor Burrill B. Crohn, autor de um artigo sobre o tema, publicado em 1932. Na época, ele foi o primeiro profissional a descrever a mazela em detalhes, trazendo enorme contribuição tanto à medicina quanto aos portadores do distúrbio. De lá para cá, as descobertas estão progredindo a fim de beneficiar milhares de portadores de Crohn, doenças inflamatórias intestinais e demais disfunções que exigem acompanhamento constante, como a hipertensão e a diabetes.
Causas e fatores de risco para a doença de Crohn
Se por um lado os recursos para tratar quem tem Crohn evoluíram, quando o assunto é determinar suas causas a conversa muda de tom, pois, até o momento, elas seguem desconhecidas. Agrupada na categoria de doenças inflamatórias intestinais (DII), outro detalhe que chama a atenção é que não há como determinar como ela vai afetar cada indivíduo em particular. Só após diagnosticada, torna-se viável classificar de leve à moderada e severa de acordo com o nível das manifestações patológicas, localização e extensão.
Ademais, outras hipóteses apontam alguns fatores que aumentam as chances de complicações, entre eles, infecções virais ou bacterianas, histórico familiar, tabagismo e dietas ricas em alimentos gordurosos e ultraprocessados. Isto é, grande parte dos especialistas acredita que há uma explicação multifatorial, sendo assim, não se culpe.
Sintomas da Doença de Crohn
Em primeiro lugar, vamos entender o que acontece na digestão de quem tem a doença de Crohn. Ao tornar-se mais inflamada e com úlceras, a parede intestinal perde a capacidade de absorver água do material residual que passa pelo cólon (centralizado no intestino grosso). Com isso, surgem os sintomas a seguir:
- Diarreia (gradual ou subitamente);
- Cólicas abdominais;
- Fezes com sangue (quando em muita quantidade eleva o risco de anemia);
- Sangramento e lesões na região retal (fístulas, hemorroidas, fissuras e abscessos);
- Perda de apetite e peso;
- Febre.
Além dos sinais provenientes do trato gastrointestinal, outras alterações evidentes estão associadas à doença de Crohn, tais como:
- Olhos (vermelhidão, dor e coceira);
- Boca (aftas);
- Articulações (inchaços e dores que podem atingir a coluna);
- Pele (alergias leves, formação de úlceras dolorosas e outras feridas ou irritações);
- Ossos (osteoporose), rins e vesícula biliar (pedras);
- Fígado (principalmente colangite esclerosante, hepatite e cirrose).
Por isso, busque sempre um médico qualificado, então que tal contar com o melhor
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Como é feito o diagnóstico da doença de Crohn
O caminho que leva ao diagnóstico da doença de Crohn passa por etapas. Em primeiro lugar, a consulta médica será fundamental para a realização de um exame físico detalhado com anamnese, na qual são avaliadas diversas questões para entender o contexto clínico e genético. Aliás, este momento também é de suma importância para estabelecer uma boa comunicação com o especialista que está prestando o atendimento, de preferência, indo embora do consultório sem dúvidas.
Na sequência, a critério médico, será preciso fazer uma investigação por meio dos exames abaixo:
- Fezes: utilizado para descartar infecções ou para revelar sangue e um marcador inflamatório, como a calprotectina;
- Sangue: pode detectar presença de inflamação (VSG e PCR), anticorpos ou anemia;
- Colonoscopia e endoscopia alta: utilizadas para examinar o revestimento do trato gastrointestinal e realizar biópsias;
- Tomografia computadorizada ou ressonância magnética: usadas para visualizar a espessura da parede intestinal ou para procurar por fístulas e grupos de fluidos infeccionados no abdômen, conhecidos como abscessos.
Tratamentos disponíveis para a doença de Crohn
Como dito anteriormente, a doença de Crohn não tem cura, mas há muitos tratamentos eficientes disponíveis que podem controlá-la e, inclusive, deixá-la em remissão. A princípio, a ideia é agir para diminuir a inflamação e aliviar a dor e demais intercorrências indesejáveis pensando na melhoria da qualidade de vida. De modo geral, consegue-se manter o período remissivo, contudo, isso requer cuidados a fim de evitar comportamentos que possam “ativar” as crises. Embora não tenha uma fórmula “coringa” para tratar, os meios utilizados vão de medicamentos, como corticóides e antibióticos, a intervenções cirúrgicas que objetivam extrair as frações do intestino afetadas.
Complicações da doença de Crohn
No caso das doenças inflamatórias intestinais, ocasionalmente, alguns pacientes desenvolvem complicações mais graves, como câncer colorretal. No entanto, isso ocorre com um número pequeno de pessoas com DII, sendo que o acompanhamento médico evita, na maioria das vezes, tamanha gravidade. Normalmente, quem é acometido vive tanto quanto os indivíduos saudáveis.
Alimentação e nutrição na doença de Crohn
Nunca é demais lembrar que qualquer alteração na alimentação deve ser orientada por médicos e nutricionistas. Dito isso, quem está com a doença de Crohn em atividade deve prestar atenção ao que consome para reduzir sintomas, repor nutrientes perdidos e promover uma boa recuperação. Geralmente, as indicações incluem dietas com redução de sal, baixo teor de fibras, pobre em gorduras e lactose e rica em calorias.
Uma dica que ajuda muito é criar um diário alimentar para tentar estabelecer conexões entre o que se come e o aparecimento dos sintomas. Se certos alimentos estão causando problemas digestivos, tente evitá-los. Quem desejar ser ainda mais disciplinado, vale anotar as seguintes dias úteis:
- Reduza a quantidade de alimentos fritos e gordurosos, pois eles podem causar diarreia ou gases;
- Faça refeições menores em intervalos mais curtos;
- Se for intolerante à lactose, limite a quantidade de produtos lácteos;
- Evite bebidas gaseificadas se o excesso de gases for uma questão;
- Restrinja cafeína quando ocorrer diarreia severa, uma vez que pode agir como laxante;
- Via de regra, alimentos suaves podem ser mais toleráveis que os condimentados;
- Restringir o consumo de fibras, nozes, sementes e vegetais crus pode diminuir os desconfortos, especialmente se tiver uma parte do intestino reduzida.
Como conviver com a doença de Crohn
Ao mesmo tempo em que a doença de Crohn é uma enfermidade crônica e séria, não é fatal. Sem dúvidas, conviver com essa doença se revela desafiador, mas é importante lembrar que ela não impede de se manter ativo e feliz.
Atualmente, as notícias envolvendo novas terapias e tratamentos experimentais são animadoras, com testes clínicos em estágios avançados. Muitos pesquisadores estão se dedicando a entender a composição, o comportamento e o papel preciso das bactérias intestinais nos sintomas da doença inflamatória intestinal.
Espera-se que esse conhecimento se transforme em tratamentos inéditos para controlar ou prevenir doenças como a de Crohn.