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11 de abril reconhece atuação do Infectologista no Brasil
Publicado em: 11/04/2021
Essa especialidade ganhou destaque no combate à Covid-19, mas a área de trabalho é abrangente e exige atualização constante
O dia 11 de abril é o Dia do Infectologista. Mas, afinal, o que é e o que faz um médico infectologista? Ele é um especialista em doenças infecciosas e parasitárias, formado para entender como elas surgem, escolher a melhor forma de tratá-las e formular meios de barrar sua disseminação.
A data em homenagem ao infectologista foi criada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) no ano de 2005. O dia 11 de abril é a data de nascimento do sanitarista brasileiro Emílio Ribas (1862-1925). Ele conquistou grande renome na área ao se destacar pelo pioneirismo no combate à febre amarela, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti.
Com o surgimento do novo coronavírus o profissional ganhou os holofotes devido à sua expertise para ajudar a entender o desenvolvimento da doença e formas de combatê-la. “Muitas pessoas, leigos, não sabiam que o infectologista existia, e descobriram agora com essa pandemia, pois a gente ficou muito em foco na mídia. Entendo que existe uma sinergia, uma parceria entre os infectologistas e outros especialistas para poder assistir à população durante o combate à Covid-19”, afirma o médico infectologista Rafael Mialski, do GNDI Sul.
Um detalhe importante ressaltado por Rafael é sobre o trabalho do infectologista: ninguém acorda com algum sintoma e lembra diretamente do profissional. “Esses pacientes são encaminhados para o infectologista por um outro colega médico, que tem uma suspeita que o paciente tenha alguma infecção, seja para ajudar no diagnóstico ou com dificuldade no tratamento”, explica.
Áreas de atuação
Além de sua contribuição em relação ao novo coronavírus, o infectologista atende de forma regular a pacientes portadores do HIV, vírus causador da AIDS. O profissional também trata de casos de tuberculose, que antes do surgimento da AIDS era a doença que mais levava pacientes ao consultório deste especialista.
Outra área de atuação do infectologista se encontra dentro do ambiente hospitalar. Cabe a cada instituição de saúde ter um departamento específico para identificar e combater casos de infecção que possam atingir pacientes e profissionais que lá trabalham.
Além do trabalho no consultório para atender as infecções consideradas mais comuns como a gripe, o especialista tem uma presença intensa na saúde pública. “Muitos sanitaristas são infectologistas porque eles acabam atuando na relação das doenças na comunidade, cadeias de transmissão, vacinação, e formas de prevenção. Portanto, o infectologista entra nesse meio de discutir as melhores formas de controlar essas doenças”, aponta Mialski.
Prontidão
Como se percebe, as situações de saúde que surgem no cotidiano exigem constante cultura de prontidão do infectologista. “Eu penso que um dos principais desafios e, ao mesmo tempo, encantos da especialidade é essa mudança no repertório. Gosto de comentar que há dois anos ninguém falaria de Covid. É uma grande novidade que o infectologista tem de se atualizar sobre a doença, poder aprender e oferecer isso ao paciente”, ressalta Mialski.
No trabalho de detecção de casos de infecção dentro dos hospitais, a postura é a mesma. “Volta e meia a gente tem um novo mecanismo de resistência das bactérias, e precisa aprender como tratar, correr atrás de antibióticos novos”, descreve o infectologista do GNDI Sul.
O infectologista precisa lidar inclusive com insetos. “Da mesma forma, as arboviroses, que são infecções por vírus transmitidas por artrópodes, geralmente mosquitos. Volta e meia tem uma nova, como aconteceu com o Zikavírus. Antes de surgir ninguém falava neles, a Chikungunya, era uma doença restrita a regiões da África e da Ásia, que chegou ao Brasil. A própria dengue tem suas mutações ao longo dos anos”, exemplifica o especialista.
Atuação contra a Covid-19
Com a pandemia da Covid-19, o infectologista foi requisitado a explicar o desenvolvimento e a disseminação da doença. Mas seu trabalho pode ser feito ainda dentro do próprio ambiente hospitalar, junto a pacientes internados.
“Os infectologistas se encaixam na pandemia no tratamento do paciente não crítico, de enfermaria, em que o suporte avançado de vida, que é a especialidade do intensivista, não precisa ser implementado. O infectologista tem também todas as condições de atender o paciente no consultório e dentro da UTI, com o suporte ao intensivista de orientação de novas drogas e novos tratamentos que estão surgindo para tratar essa doença”, afirma Rafael.
Para ele, no caso específico do combate à Covid-19, o maior desafio é essa mudança constante dos protocolos, com as novas descobertas acerca da doença e suas novas cepas. “Mas é um desafio no bom termo da palavra, um incentivo para a gente continuar se dedicando a essa especialidade”, finaliza.