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Artrose: o que você sabe sobre essa doença crônica?
Publicado em: 02/06/2021
Um desconforto no joelho, coluna, mãos, quadril ou região lombar. Com o tempo, a dor nas articulações evolui e pode levar a limitações funcionais, com restrições de movimento, degeneração e perda de qualidade de vida. Assim é a osteoartrite ou osteoartrose, também conhecida como artrose.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), essa doença é responsável por 7,5% dos casos de afastamentos no trabalho no país. E mais: engana-se quem pensa que o problema atinge apenas idosos. Assim como a maioria das doenças reumáticas, as artroses, apesar de associadas a pessoas mais velhas, também podem acometer pacientes de qualquer idade, incluindo as que estão no auge da vida profissional.
Mas o que causa o problema?
Doença sistêmica, a artrose pode atingir desde uma pequena articulação, como da ponta do dedo, até maiores, como as do quadril. O problema é causado pelo desgaste da cartilagem articular, o que pode provocar a fricção entre ossos. “A artrose pode acometer uma ou mais articulações ao mesmo tempo, podendo apresentar alterações ósseas como os osteófitos, também conhecidos como ‘bico de papagaio’. Sabemos que tudo que causa uma sobrecarga na articulação pode iniciar um processo de artrose”, explica a fisioterapeuta Mayra Costa Pires, do Centro de Qualidade de Vida (CQV) do GNDI Sul.
De acordo com a profissional, entre os principais fatores de risco para a doença estão a idade, ser do sexo feminino, apresentar obesidade, ter predisposições genéticas, deformidades ósseas e quadros de diabetes. Além das atividades repetitivas, atividades de alto impacto durante a vida também podem acarretar traumas agudos ou crônicos par as articulações. Isso pode ocorrer tanto no trabalho como durante a prática de esportes, o que mostra que os atletas também não estão livres do problema.
Conforme levantamento da SBR, entre as profissões em que a doença degenerativa é comum estão o trabalho na indústria têxtil, com prevalência para nódulos nas pontas dos dedos; e na agricultura, com trabalhadores apresentando artrose na junta da coxa com a bacia. Jogadores de futebol, corredores e outros atletas de elite, por sua vez, têm alto risco de desenvolver traumatismo significativos nas juntas que recebem sobrecarga. Dessa forma, reforça a SBR, é fundamental avaliar a existência de anormalidades nas articulações de indivíduos que se dispõem a praticar exercícios com sobrecarga.
A prevenção da doença passa pela prática de atividades físicas regulares e alimentação saudável.
Sintomas
Os sinais da artrose costumam ser lentos. A fisioterapeuta do Centro de Qualidade de Vida (CQV) do GNDI Sul destaca que são comuns dor, inchaço, edema e calor nas articulações, além de estalos durante movimentos e rigidez, principalmente durante a manhã. Em geral, primeiro há uma modificação na cartilagem da articulação que passa a se interpor entre os ossos, a fim de permitir o contato de um com o outro. Um processo inflamatório desgasta a articulação, os ossos proliferam e nódulos são formados - caso da artrose nas mãos, por exemplo. A deformidade e a incapacidade de movimentos costumam aparecer em estágios mais avançados da doença.
É possível, contudo, diagnosticar a artrose mesmo sem sintomas. Isso pode ser feito por meio de exames clínicos e de imagens.
Artrose tem cura?
Apesar de ser uma doença sem cura, a artrose tem tratamento. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais a chance de estender a qualidade de vida do paciente. “Como tratamento, temos a perda de peso, atividade física, fisioterapia, calor local, uso de órteses, medicamentos e até mesmo o uso de próteses colocadas cirurgicamente”, completa a fisioterapeuta Mayara Costa Pires.
Escola da Coluna
A especialista observa ainda que, no Centro de Qualidade de Vida (CQV) do GNDI Sul, há programas voltados especialmente para o tratar doenças crônicas como a artrose. É o caso da Escola da Coluna. Esse último programa é indicado para beneficiários com diagnóstico de dor crônica em qualquer segmento da coluna por um período de dor maior que três meses.
Através de grupos terapêuticos, a Escola da Coluna realiza atividades físicas adequadas ao estado de saúde individual de cada paciente e com a supervisão integral de fisioterapeutas e educadores físicos. Além do estímulo ao movimento, os pacientes recebem orientações importantes para evitar que novas dores apareçam.
A duração do programa é de 6 a 12 meses e os encontros acontecem duas vezes por semana.