Gravidez na Adolescência: prevenção e suporte
Impactos da gravidez na adolescência
A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública no Brasil. Dados do Ministério da Saúde estimam a realização de 380 mil partos em que as mães são meninas de até 19 anos, o que representa 14% dos nascimentos no país. Outro levantamento, do Sistema Único de Saúde (SUS), aponta que, por hora, 44 mães adolescentes dão à luz.
Em razão dos altos índices, esse é um tema que deve ser debatido para que a gestação precoce seja evitada. Mesmo porque, os impactos físicos, psicológicos e sociais da maternidade na adolescência são prejudiciais tanto para as jovens quanto para os bebês.
Para a gestante, existe maior risco de mortalidade materna, eclâmpsia, diabetes gestacional,
hipertensão, anemia, infecções urinárias e infecções sexualmente transmissíveis (IST). Já para o bebê, existe maior probabilidade de parto prematuro, baixo peso ao nascer, desnutrição fetal nos casos em que a mãe tem anemia, malformações e síndrome de Down.
Além disso, as mães adolescentes podem sofrer discriminação mesmo dentro de casa e, muitas vezes, recebem pouco apoio da família e da comunidade. Outro problema grave é a interrupção dos estudos e, consequentemente, a dificuldade para entrar no mercado de trabalho.
Como prevenir a gravidez na adolescência
A educação sexual tem um papel muito importante na prevenção da gravidez na adolescência para que meninas e meninos recebam informações sobre a importância do sexo seguro e com consentimento de ambas as partes, métodos de contracepção e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
A camisinha, por exemplo, é um dos métodos anticoncepcionais mais conhecidos e acessíveis para adolescentes, podendo ser encontrada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Além de evitar uma gestação indesejada, ela previne infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como herpes genital, sífilis, vírus do papiloma humano (HPV) e gonorreia.
Suporte disponível para adolescentes grávidas
O suporte para adolescentes grávidas é fundamental para garantir o bem-estar físico, emocional e social tanto da mãe quanto do bebê. Esse apoio envolve um conjunto de ações, oferecidas por profissionais de saúde, assistentes sociais, psicólogos e organizações comunitárias, que visam orientar a adolescente durante a gestação e o período pós-parto.
Confira alguns serviços que devem ser disponibilizados para as jovens que enfrentam a maternidade precoce:
1. Assistência médica e pré-natal: é essencial que a adolescente tenha acompanhamento regular feito por um médico ginecologista e obstetra.
2. Apoio psicológico: a gestação na adolescência pode gerar inseguranças, dúvidas e dificuldades emocionais, como ansiedade e baixa autoestima. O apoio psicológico ajuda a jovem a lidar com essas questões, promovendo autoconhecimento e uma melhor compreensão das responsabilidades que virão.
3. Orientação social e educacional: muitas adolescentes grávidas enfrentam o desafio de equilibrar a gestação com a vida escolar. Programas de orientação e apoio educacional ajudam as mamães a manterem seus estudos, evitando a evasão escolar e incentivando o desenvolvimento de um futuro promissor.
4. Apoio familiar e comunitário: a rede de apoio, incluindo família, amigos e comunidade, é vital para proporcionar um ambiente acolhedor e solidário. Diversos projetos e ONGs oferecem apoio prático e emocional, além de grupos de suporte, onde elas podem compartilhar suas experiências e esclarecer dúvidas.
Esses serviços, juntos, contribuem para que adolescentes grávidas tenham uma gestação mais segura, saudável e equilibrada.
Mitos e verdades sobre a gravidez na adolescência
Leia a seguir alguns dos mitos e verdades sobre a gravidez na adolescência que envolve diversos aspectos de saúde, bem-estar e educação:
Mitos
Adolescentes grávidas não conseguem concluir os estudos
Embora a gravidez traga desafios, com apoio familiar, escolar e social, muitas adolescentes conseguem continuar seus estudos e concluir a formação.
Grávida não pode andar de avião
Em mulheres saudáveis e em gestações sem riscos, não há evidências de que as mudanças na pressão ou na umidade do ar podem prejudicar a mãe e o bebê.
A gestante deve comer por dois para que o bebê cresça saudável
Até pode ser necessário que a gestante aumente um pouco a sua ingestão de alimentos, principalmente se ela seguia uma dieta restritiva antes da gravidez, mas não é necessário dobrar a quantidade de comida. Inclusive, aumentar excessivamente o consumo de alimentos pode fazer com que a gestante ganhe mais peso do que o recomendado, o que traz uma série de riscos para ela e o bebê.
Verdades
A gravidez na adolescência traz riscos para a saúde
O corpo da adolescente ainda está em desenvolvimento e a gravidez pode aumentar o risco de complicações como parto prematuro, pré-eclâmpsia e anemia.
A gravidez na adolescência impacta a vida social e emocional
A gravidez na adolescência pode afetar a jovem emocionalmente, trazendo responsabilidades e uma pressão social que ela talvez não esteja preparada para enfrentar.
O apoio familiar é fundamental para adolescentes grávidas
O suporte familiar pode fazer a diferença para que a adolescente lide melhor com as mudanças e continue seus planos de estudo e desenvolvimento pessoal.
Métodos contraceptivos são essenciais para prevenir a gravidez na adolescência
O acesso a informações claras e métodos contraceptivos seguros é crucial para reduzir os índices de gravidez entre adolescentes e permitir que eles possam tomar decisões informadas sobre sua saúde sexual.
Educação sexual como ferramenta de prevenção
A educação sexual é uma ferramenta poderosa na prevenção da gravidez na adolescência. Por meio de programas de educação sexual abrangentes os jovens podem compreender plenamente os riscos e responsabilidades da atividade sexual. Mais do que apenas ‘o que fazer e não fazer’, a educação sexual deve abranger temas como consentimento, respeito mútuo, autocuidado e planejamento familiar.
Direitos das adolescentes grávidas
A proteção e o respeito aos direitos das adolescentes grávidas são essenciais para assegurar um desenvolvimento saudável, digno e seguro durante esse período tão delicado de suas vidas. Abaixo, trazemos alguns direitos fundamentais:
Direito à saúde: as adolescentes grávidas devem ter acesso a um acompanhamento médico especializado, incluindo consultas pré-natais, exames e orientação sobre o parto e os cuidados com o bebê.
Direito à educação: a continuidade dos estudos é um direito fundamental das adolescentes grávidas. Elas devem ter garantias para seguir frequentando a escola, além de serem tratadas com respeito e sem discriminação. A instituição de ensino deve apoiar a jovem para que possa conciliar os estudos com a maternidade, inclusive com adaptações quando necessário.
Direito ao apoio psicológico e social: o impacto emocional de uma gravidez na adolescência pode ser profundo. Por isso, as adolescentes grávidas têm o direito a acompanhamento psicológico para lidar com as mudanças físicas e emocionais, bem como para planejar o futuro com apoio social adequado. Serviços de assistência social podem oferecer suporte adicional, inclusive para a família.
Direito à privacidade: o sigilo sobre sua condição de gestante é outro direito. Nenhuma jovem deve ser forçada a revelar sua gravidez a outras pessoas ou ser exposta a julgamentos por conta de sua condição.
Direito à informação: as adolescentes grávidas têm o direito de ser informadas sobre os seus direitos como futuras mães e sobre os recursos disponíveis, como programas sociais, auxílios governamentais e direitos trabalhistas (caso estejam inseridas no mercado de trabalho).
Direitos de proteção contra a violência e discriminação: a jovem gestante não deve ser alvo de violência física ou psicológica, e a discriminação de qualquer tipo é ilegal. Caso enfrente situações abusivas, a adolescente tem o direito de procurar ajuda por meio de redes de proteção e denúncia, como o Conselho Tutelar.
Esses direitos são garantidos por legislações brasileiras como a Convenção sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O fortalecimento dessas políticas e a sensibilização da sociedade para respeitar e apoiar essas adolescentes são fundamentais para a construção de um ambiente saudável e acolhedor.
O direito ao pré-natal é assegurado às beneficiárias da Clinipam que possui dois programas de pré-natal: em todas as etapas da gravidez e no pós-parto, adolescentes recebem acompanhamento e orientações adequadas. Para aquelas que optarem por um plano com cobertura obstétrica, estão incluídos exames, consultas, assistência no parto, internação e suporte contínuo durante o puerpério. Faça já uma cotação e tenha acesso a um
plano de saúde completo em qualquer situação.